Olá, hoje iremos falar quais são os fatores de risco sistêmico que atuam durante o desenvolvimento da periodontite. Esse assunto é importante para:
- Prevenção: pacientes com maior risco devem ter consultas de manutenção mais frequentes com o periodontista;
- Tratamento: pacientes com essas condições respondem ao tratamento periodontal de maneira diferente de pacientes sem comprometimentos sistêmicos;
- Epidemiológica: a epidemiologia é a base para se conhecer uma população e assim elaborar políticas públicas para prevenção e tratamento;
Mas qual a diferença entre fator de risco e fator causal?
O fator de risco aumenta a probabilidade de ocorrer uma doença em específico, sem que esse seja o fator causal.
Fator de risco e indicador de risco, qual a diferença?
Fator de risco verdadeiro precisa passar por etapas de validação (Beck 1994) as quais podem levar tempo de estudo.
Já os indicadores de risco são uma etapa antes. Eles são testados até que a significância como “verdadeiros fatores de risco” seja aceita ou então rejeitada.
Mas enfim, quais são os verdadeiros fatores de risco para a doença periodontal?
Fatores de risco sistêmico
Fatores de risco sistêmico ou fatores modificadores sistêmicos são o conjunto de características presentes no indivíduo que influenciam de maneira negativa a resposta imuno-inflamatória durante o desafio microbiológico. Esse desafio microbiológico é causado pelo biofilme dental nos tecidos do periodonto.
São considerados fatores de risco sistêmico:
- Fumo: Hábito o qual é considerado um dos maiores fatores de risco. Altera os tecidos gengivais através da fibrose, vasoconstrição.
- Fatores metabólicos: A hiperglicemia em pessoas com diagnóstico ou não de diabetes é um fator de estresse oxidativo celular, alterando a cascata inflamatória.
- Fatores nutricionais: Falta de vitamina C, doença conhecida como escorbuto, altera a síntese de colágeno, microvasculatura e dificulta a síntese de componentes anti-oxidativos celulares.
- Agentes farmacológicos: Conjunto de drogas/medicamentos que alteram o fluxo salivar, induzem aumento gengival.
- Hormônios sexuais como progesterona e estrógeno: puberdade, anticoncepcionais com doses elevadas de hormônio (gerações anteriores/ mais antigos) e gravidez são condições que podem levar a alterações na microvasculatura gengival, exacerbando processos inflamatórios.
- Condições hematológicas: condições neoplásicas e leucemia podem acarretar inflamação gengival sem que haja a presença do biofilme.
- Desordens genéticas: entre elas há a Síndrome de Down, Síndrome de Chediak-Higashi, neutropenia congênita, lúpus eritematoso sistêmico aumentam o risco para o desenvolvimento da periodontite.
- Imundeficiência adquirida: A AIDS leva a depleção dos linfócitos, os quais são fundamentais na resposta imune durante o desenvolvimento da periodontite.
Considerações finais.
O que pretendo é alertar aos pacientes para as condições chamadas de fatores de risco sistêmico.
Os pacientes que têm essas condições supra-citadas devem ter um cuidado redobrado para avaliação da saúde periodontal, pois apresentam condições que aumentam o risco para desenvolver a periodontite, condição essa que na maioria dos casos é irreversível e pode levar a perda dentária.